“Ai, meu amorzinho, queridinho, lindinho, docinho, coelhinho...”
Affe. Esse clima melancólico está me dando náuseas...
Ninguém vai escrever nada divertido para animar esses pobres coraçõezinhos calejados?
Uhm... deixa eu ver se eu tiro um número do bolso... o que poderia dar ao amor um caráter cômico? Já sei!
Apelidos...
Por que cargas d’ água os casais se dão apelidos? E mais. Por que diabos isso é divulgado em público? (tudo bem, eu não estou me excluindo desse nicho, ok?!). Voltamos à mesma questão. Um simples “amor” não basta? Só se for amorzinho, mô, môr, mozão, mozé, mozaço, mozumba... ou, sei lá...depende da criatividade (gostei de mozumba).
Pior que variações de amor são os que cometem o pecado da gula. E eu tenho lá, por acaso, tenho cara de “quindinzinho”, “cajuzinho”, “moranguinho”, “docinho”, “chuchuzinho”...? Acredito que ninguém tenha (Tá, uns “bananinhas” a gente vê por aí).
Antes de ir para os caracterizados como “peculiares”, não posso deixar de registrar os cafonas. Divididos em dois níveis: os “cafonas porque amam” e os “cafonas mesmo sem amar”. Com os “cafonas porque amam” funciona da seguinte forma: o casal nem é cafona, mas, quando acometido pelo cupido, surge uma áurea brega ao seu redor. Alguns exemplos da espécie se reconhecem como “baby”. Agora, ninguém há de superar os cafonas em qualquer situação, com amor ou sem, eles normalmente se referem à mulher como “princesa”. E quando esta é elevada ao status de namorada, aí que o ouvido dói, porque ela vira “paixão”. Paixão????????????? Ah, não... Paixão não dá! Paixão não foi feita pra ser apelido, teoricamente, fofo. Paixão é fugaz...é PAIXÃO! E não, “paixão...passa o sal”.
Sim, eu estava evitando chegando aqui, nos que eu chamo de... uhm...apelidos exóticos, peculiares, com doses de criatividade excessiva. Nesse caso, as variações podem ir de nomes de animais a características físicas. Entenda-se por animais nada de ornitorrinco, cavalo-marinho ou drosophyla melanogaster (mosquinha da banana, para os ignorantes). Mas há quem se chame de “sapinhos”, “coelhinhos”, “zebrinha” e sei lá mais o quê (acho que eu daria um bom bicho preguiça).
Para os ousados, temos a sugestão do nosso ritmo nacional, onde “cachorra” e “tigrão” são os mais badalados. Que bonito seria: “mãe, o meu tigrão vem almoçar aqui em casa” ou “pai, avisa pra minha cachorra que eu ligo quando chegar”. Os pronomes possessivos combinam com essas gírias do funk, essa coisa selvagem, erótica... Enfim. Das características físicas podem variar de temas pejorativos, como “gordo” (quem usaria isso?) a exaltação do ser amado, como “gostosa” (sempre bom).
Pior do que os apelidos... só as vozes. Infelizmente, isso é incapaz de ser reproduzido, até porque não se dividem em categorias são todas manhosas com ar de imbecilidade. Como uma coisa tão idiota como o amor pode causar esses tormentos vistos abaixo? Somos todos uns otários.
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Texto desengavetado por Flavia Boabaid