Tropicalia Cinematografica
Um dia desses, fiz um trabalho de faculdade relacionando “Lisbela e o Prisioneiro”; “A Maquina” e o “Auto da Compadecida”. Esse trabalho pedia que nós, “pseudo-cineastas-cults-entediados” relacionássemos três filmes contemporâneos para definir traços de contraste, trajetória do herói e etc. A escolha dos filmes foi um parto. E no meio do meu parto nasceu uma teoria cinematográfica pseudo-cult : fazemos dois tipos de gênero; a favela ou o sertão. A partir desses dois gêneros temos as categorias comédia, drama, musical, ação etc etc etc. Não vou criticar filme algum nesse texto, só a maneira de fazê-lo no País do Sol.
Peço perdão ao meu mestre, mas o preto e branco no cinema brasileiro veio do ranço glauberiano. A busca incessante pelo chamado “estilo brasileiro” já foi encontrada há décadas. Esse é o nosso estilo: cara ou coroa. Tenho notado que fazer cinema no Brasil é simples porque a locação já é pré definida, o que falta é a estória e saber se o personagem vai ter sotaque carregado, ou falar bastante palavrão.
Acho um pouco chato essa pré definição, porque cada vez mais segmentamos o público. O lado da favela e o lado do sertão. E acaba perdendo o fôlego, a paciência e a vontade de ir ao cinema e viajar, e entrar em outra realidade. Nossos filmes são quase que documentais. Vemos o Brasil na tela. Por um lado é bom, mas por outro....... chega, né? Falta muita ficção, falta muita maluquice,muita fantasia. Não é o caso, ainda de fazer filme sobre Dinossauros na Avenida Rio Branco. Mas é o caso de diferenciar.
A pergunta sobre o nosso tão aclamado estilo cinematográfico brasileiro já foi respondida. Agora esse tipo de pergunta já vem rodeando os casais cinéfilos:
-O que vamos ver no fim de semana, meu bem?
- Hum... Temos Filhos do Tráfico, O Baile de Rosinha das Águas e alguns muitos sobre a Ditadura Militar. Qual você quer assistir?
- Não sei. Tenho a imprenssão que já vi todos esses.
- Tem razão. Vou alugar o dvd do Superman e já volto.