Auto Biografice II
Já eu morria de medo de Changeman e Jaspion. A única heroína que eu quis ser um dia foi a Madonna.
Acho até que tive uma infância balanceada. Gostava de Xuxa e Guns ‘n Roses. Toda vez que eu brincava de Barbie tinha trilha sonora, eu gostava de inventar estórias, comédias, tragédias...minha Barbie boa sempre morria em um acidente misterioso e a filha dela ficava com a Barbie má ...Era bem mexicano meu drama...Descobri meu preconceito quando as bonecas borrachudas de camelô eram as empregadas e os Kens com a perna quebrada o motorista da Barbie rica. E eu passava horas do dia montando todo o cenário para a minha história. O mais legal era produzir a casa das Barbies !!
Minha adolescência, foi praticamente uma fase de querer tocar guitarra na MTV, ser uma espécie de Alanis Morrissette. Me sentia um pouco ela quando subia aos palcos do colégio para tocar nos festivais. Depois, descobri que me fascinava eram os vídeo clipes. E aí eu comecei a gravar fitas e fitas cheias de clipes. Até que dos clipes passei para os longas. E me lembro dos primeiros filmes que vi....me lembro de Fantasia, Mary Poppins e de Brinquedo Assassino. Mas me lembro especificamente de Cinema Paradiso, um filme que de uma maneira bem clichê e brega posso dizer que mudou o rumo da minha vida....como eu chorava!! ....e de lágrima em lágrima descobri que na verdade eu não chorava pelo velhinho fofo que ficava cego, mas sim porque eu queria passar aquele sentimento que eu sentia para outras pessoas. Aí que eu descobri que queria fazer Cinema. E hoje, quando estou num set de filmagem, meus figurantes voltam a ser minhas bonecas. Eu comando “ você anda pra cá”, “você faz cara de assustado “. Devo confessar que adoro continuar brincando de Barbie...talvez por esse motivo eu continue nas minhas mesmas fases.
E entre bonecas e guitarras, posso garantir que sei o que quero ser. Só peço todos os dias para não precisar de 50 anos para descobrir como me tornar a tal.