Pensar em sexo tudo bem, só não pode ter um Papa negro
“- Se o Papa for negro, não tenha dúvida, é o fim do mundo.” Foi isso que minha avó me disse quando liguei pra ela ontem, logo após a confirmação do falecimento de João Paulo II. No primeiro momento fiquei apenas surpreso, porque imaginava ser mais uma afirmação subjetiva da cabeça de um idoso, foi quando ela me falou: “- É meu neto, isso é uma profecia, minha mãe já me falava muito sobre isso.” Desliguei o telefone e fiquei pensando nisso continuamente, como se alguma coisa realmente pudesse acontecer. Assistindo Jornal Nacional, vi um nigeriano que é forte candidato a sucessão. Porém, sem “papas” na língua posso falar que isso não se trata de preconceito. Pra demonstrar isso, vou torcer para um índio, nazista, gordo e torcedor do flamengo ser o próximo papa, mas o negro não! Eu me lembro muito bem do momento que antecedeu o suposto apocalipse. O ano 2000 se aproximava, igrejas universais, mundiais, patriarcais, e outras mais; vendiam terrenos no céu. As pessoas cantavam músicas com enredos sóbrios, que falavam da transitoriedade da vida e de como ela teria que ser aproveitada no seus últimos instantes, as putas com certeza lucraram muito nesses supostos últimos dias. É impressionante como o ser humano só pensa em sacanagem. Estão você e sua namorada(o) na floresta, vocês se perdem, ao invés de procurar alimento vocês ... transam! Ei! Espera aí! Eu tava falando do Papa Negro. Não posso confundir os meus pensamentos. Viu? Nós só pensamos nisso.
Texto desengavetados por Alex Mendes de Souza