Um texto para uma Quarta
Esteja no encontro do meridiano de Greenwich com a linha do Equador ao meio dia do dia 6 de junho. É possível estar mais no meio do que isso? Sim! Basta viver com toda a intensidade uma quarta-feira, o dia do meio, a metade da semana. Nem tão longe da segunda, quando se começou a tocar os vários projetos dos mais diversos tipos ao redor do mundo, quanto da sexta, quando, enfim, para muitos, será o dia (ou a noite, dependendo da hora do fim do expediente) de relaxar, já que o fim de semana chegou.
Na verdade, a quarta-feira é um pouco de tudo: da reflexão da terça-feira e do planejamento que envolve a quinta (planejamento do fim de semana, que fique claro), da apreensão da segunda, e da alegria da sexta, mas nada com tanta intensidade quanto nos respectivos dias. Exatamente por essa razão há controvérsias quanto ao número de vantagens ser maior do que o de desvantagens em viver esse verdadeiro dia híbrido.
Mas pare e observe: é na quarta-feira que se pensa em tudo o que aconteceu e o que ainda pode acontecer no resto da semana. Não é uma reflexão, como ocorre na terça-feira, mas sim um pensamento mais prático, sobre o que já foi feito e o que ainda resta fazer para se ter um sábado (ou até a semana inteira mesmo) feliz.
Talvez a quarta-feira seja ideal tanto para os práticos quanto para os preguiçosos. Afinal de contas, quem começou a resolver os seus problemas no começo da semana tem grandes chances de vê-los resolvidos na quarta. Já quem ainda não conseguiu encontrar a solução para algo que precise solucionar tem ainda a quinta e a sexta para fazê-lo. Um dia para se ter a real noção de que há tempo para tudo. Até mesmo para ler essa crônica...