abril 04, 2005

Cara, cadê o meu avô?

Morreu o Papa João Paulo II. O mais interessante dessa frase é notar que junto com Karol Woityla vai-se embora um termo único para metade do Planeta Terra que, por causa da pouca idade, se habituou a ligar um nome ao outro e a expressar: Papa João Paulo II. Vai ser muito estranho falar de um novo pontífice, seja qual for o nome que ele escolher para ser chamado durante a permanência no trono de São Pedro. Será difícil se acostumar a falar sobre o Papa João Paulo III, João XXIV, Leão, Pio, Pedro etc. A próxima geração não achará esquisito ouvir o nome do novo Papa, ou até mesmo assistir a uma rotineira troca de poder entre os cardeais. Mas para esta geração que hoje está na casa dos 20, os possíveis nomes do chefe de estado do Vaticano, principalmente o de João Paulo III, soam como se falássemos sobre as previsões para o século XXII, sobre a campanha da seleção para a conquista do “deca”, a ansiedade pelo nascimento de um neto (isso é estranho para quem tem 23 anos...)!!! A morte do líder supremo da Igreja Católica Romana, pela data e pelas circunstâncias em que ocorreu, representará de alguma forma, uma passagem de fase na vida de cada pessoa com menos de 27 anos. Queira ou não, o dia 2 de abril de 2005 ficará marcado para sempre na memória. Será um daqueles dias a ser lembrado daqui a 50 anos, por exemplo, em que se falará: “eu me lembro bem do dia em que o Papa João Paulo II morreu... parece que foi ontem... eu estava com............. no ............ fazendo .............” . O mais engraçado de tudo é que o Papa parecia ser uma espécie de avô que só podia ser visto pela televisão. Era íntimo de muitos. Isso só reforça o estranhamento que vai surgir quando um cardeal aparecer numa janela da Praça de São Pedro e falar ao microfone: “habemus Papa”. Então, a pergunta que vai surgir em várias mentes será: “mas esse aí não é o meu avô... cadê o meu avô?”