junho 27, 2005

Auto Biografice II

barbieJá eu morria de medo de Changeman e Jaspion. A única heroína que eu quis ser um dia foi a Madonna.
Acho até que tive uma infância balanceada. Gostava de Xuxa e Guns ‘n Roses. Toda vez que eu brincava de Barbie tinha trilha sonora, eu gostava de inventar estórias, comédias, tragédias...minha Barbie boa sempre morria em um acidente misterioso e a filha dela ficava com a Barbie má ...Era bem mexicano meu drama...Descobri meu preconceito quando as bonecas borrachudas de camelô eram as empregadas e os Kens com a perna quebrada o motorista da Barbie rica. E eu passava horas do dia montando todo o cenário para a minha história. O mais legal era produzir a casa das Barbies !!
Minha adolescência, foi praticamente uma fase de querer tocar guitarra na MTV, ser uma espécie de Alanis Morrissette. Me sentia um pouco ela quando subia aos palcos do colégio para tocar nos festivais. Depois, descobri que me fascinava eram os vídeo clipes. E aí eu comecei a gravar fitas e fitas cheias de clipes. Até que dos clipes passei para os longas. E me lembro dos primeiros filmes que vi....me lembro de Fantasia, Mary Poppins e de Brinquedo Assassino. Mas me lembro especificamente de Cinema Paradiso, um filme que de uma maneira bem clichê e brega posso dizer que mudou o rumo da minha vida....como eu chorava!! ....e de lágrima em lágrima descobri que na verdade eu não chorava pelo velhinho fofo que ficava cego, mas sim porque eu queria passar aquele sentimento que eu sentia para outras pessoas. Aí que eu descobri que queria fazer Cinema. E hoje, quando estou num set de filmagem, meus figurantes voltam a ser minhas bonecas. Eu comando “ você anda pra cá”, “você faz cara de assustado “. Devo confessar que adoro continuar brincando de Barbie...talvez por esse motivo eu continue nas minhas mesmas fases.
E entre bonecas e guitarras, posso garantir que sei o que quero ser. Só peço todos os dias para não precisar de 50 anos para descobrir como me tornar a tal.

junho 11, 2005

Auto-biografice I

polegarAos cinco anos de idade eu queria ser um Changeman. Aquilo que chamam de crescer, para mim, teve a ver com a descoberta de que eu jamais poderia me tornar um daqueles coloridos super-heróis japoneses. Que eu me lembre nunca quis ser bombeiro ou astronauta, como toda criança costuma querer em alguma fase de sua infância. Muito menos jogador de futebol. Isso porque o futebol não gostava de mim. E minha asma não gostava do futebol. Desde as terríveis aulas de Educação Física ficamos combinados de nunca mais nos encontrarmos.
Naquela idade infernal da pré-adolescência me apaixonei por teatro. Eu teria mesmo seguido essa carreira se um belo dia minha cabeça paranóica não começasse e me perguntar diabolicamente: "é do teatro que você gosta ou são somente as palmas que te atraem?" Pronto. Não poderia mais subir em um palco até estar convencido de que não era algo exclusivamente voltado para minha vaidade. Acabei me inscrevendo para Comunicação Social.
Gostava de livros, quadrinhos e filmes. Mais do que isso, eu admirava as diferentes mídias e suas formas distintas de se contar uma história. Era isso! Eu ganharia a vida contando histórias, bastava escolher uma maneira de contá-las. Seguir a carreira acadêmica, tornar-me professor – sem dúvida uma espécie de contador de histórias – ficaria para uma etapa posterior. A curto prazo, pensava em fazer carreira como jornalista, esse narrador do dia-a-dia. Tudo certo, tudo planejado, até que descobri o mundo dos editores de imagem. E todo o planejamento foi pelos ares.
A pergunta que mais me perturba hoje em dia é "o que você quer ser quando crescer?" Ainda bem que tenho tempo para responder. Para quem não sabe, ou ainda não percebeu, o período da adolescência nos dias de hoje dilatou-se de tal forma que só aos 50 anos chega-se à idade adulta. Até lá saberei o que fui.